UMA VIDA DE SIMPLICIDADE

Baltalzel Picussa era descendente de poloneses. Nasceu em Colônia Matos, no município de Mandirituba no Paraná. Trabalhou na lavoura por anos até que se mudou para Curitiba para tentar a sorte em outra área. Encontrou uma oportunidade na Telepar, onde ficou por 25 anos. Começou como ajudante de cabista foi crescendo na empresa até se aposentar como supervisor de rede.

Conheceu a esposa, Danusa Picussa, quando ainda morava em Mantirituba em uma festa do interior. Ele, que sempre gostou de festa, tocava gaita nos bailes. Casou-se com 31 anos e depois nunca mais voltou a tocar nas festas, pois sua mulher não gostava. Em 1968, quando veio morar em Curitiba, comprou um terreno e construiu a casa onde morou o restante da vida.

Nos 46 anos de casado, com muita paciência, a esposa equilibrava o jeito mais nervoso de Baltalzel com a sua calma.

Quando se mudou, trouxe a mãe, Paulina Kotz Picussa, para morar com ele. No Natal, a família se reunia para comemorar não só a data festiva, mas também o aniversário de sua mãe, que ele cuidou até quando ela faleceu.

Mesmo muito animado e gostando de festas, era um homem fechado, daqueles que educava rigidamente os dois filhos. A esposa disse que ele nunca bateu, mas sempre levava a cinta junto para ameaçar as crianças.

Após se aposentar, passou a ficar mais em casa com a esposa. Ajudava limpando o quintal. Gostava de cuidar da horta que mantinha, enquanto a mulher cuidava dos outros afazeres da casa.

Tinha muitos amigos e adorava receber todos em casa para jogar pontinho e ouvir musica na beira da churrasqueira. Faziam rodízio para cada semana jogar baralho na casa de um.

Baltalzel faleceu aos 75 anos de complicações de saúde após um AVC e 27 de fevereiro de 2017. Deixa esposa, dois filhos e três netos.

Por Camila Souza

Publicado originalmente em: https://jornalcapitaldanoticia.wordpress.com/2017/04/21/uma-vida-de-simplicidade/